DESINDUSTRIALIZAÇÃO E LEIS DE KALDOR: EVOLUÇÃO DA PRODUTIVIDADE INDUSTRIAL DO BRASIL, 1980/2008

Nali de Jesus de Souza

Resumo


Este artigo estuda a questão da desindustrialização no Reino Unido, Estados Unidos e Brasil. Procura-se verificar se o Brasil também está se desindustrializando. O estudo é feito através da análise econométrica das leis de Kaldor e de Verdoorn, que estudam a evolução da taxa de crescimento da produtividade industrial dos países em função da taxa de crescimento de sua produção industrial e/ou da taxa de crescimento do emprego do resto da economia. A literatura conclui que a desindustrialização decorre mais por fatores de demanda, por perda de competitividade, do que por fatores de oferta (inelasticidade da oferta de trabalho). No Brasil, a redução da participação do emprego industrial no emprego total se deve mais à industrialização induzida e à abertura comercial, do que a uma verdadeira desindustrialização. Isso também foi explicado pela queda da formação bruta de capital fixo no PIB, com o investimento sendo alocado em setores intensivos em recursos naturais, mais por vantagens comparativas do que por doença holandesa. Os testes validaram a primeira e a terceira leis de Kaldor e a lei de Verdoorn, mas invalidaram a quarta lei de Kaldor. Isso indica que o aumento da produtividade se deve tanto a fatores de escala, como a importações mais baratas de bens de capital e de insumos, como pelo emprego de mão-de-obra com maior qualificação. Neste último caso estaria vigorando fatores exógenos do aumento da produtividade, não previsto pela lei de Verdoorn, que focaliza economias de escala.

Palavras-chave


Desindustrialização; Leis de Kaldor; Indústria brasileira; Produtividade; Doença holandesa

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