ROYALTIES DA MINERAÇÃO, EFICIÊNCIA DOS GASTOS PÚBLICOS E DESENVOLVIMENTO SOCIAL: UMA INVESTIGAÇÃO EMPÍRICA DOS MAIORES MUNICÍPIOS MINERADORES DO BRASIL
Resumo
A maneira como os tributos repassados pelas empresas mineradoras aos governos locais por meio de royalties é empregada tem sido apontada na literatura como sendo fundamental para fomentar a transformação social nos municípios onde ocorre a mineração. Dessa forma, este estudo busca avaliar a eficiência relativa da gestão pública financeira dos maiores municípios mineradores do Brasil e como isso vem sendo refletido em seus respectivos desempenhos sociais. Para cumprir o objetivo proposto, utilizamos uma abordagem quantitativa por meio da técnica análise envoltória de dados (DEA) e do índice de Malmquist. Os resultados apontaram que houve uma evolução na melhoria da eficiência técnica da gestão dos gastos públicos entre os anos de 2013 e 2016. Porém, a maioria absoluta dos maiores municípios mineradores do país ainda revelam falta de eficiência: No ano de 2016, dos 55 municípios da amostra, somente sete deles apresentaram eficiência técnica e nove demonstraram melhora no índice de produtividade. A eficiência calculada pelo o índice de Malmquist mostrou uma melhoria da produtividade (TFP) ao longo do período analisado, mas ainda assim, a média geral foi abaixo do esperado. Além disso, verificou-se que apesar da amostra desse estudo ser composta pelos municípios que arrecadam os maiores valores de royalties do Brasil, apenas 23,3% apresentam um valor acima de 0,8 do índice FIRJAN que significa alto desenvolvimento. Este estudo contribui para preencher discussões da literatura que abordam a relação entre mineração e desenvolvimento social, além de ampliarmos a temática sobre eficiência nos gastos públicos através de evidências empíricas robustas.