ANÁLISE DO ESTRESSE, FATORES DE PRESSÃO DO TRABALHO E COMPROMETIMENTO COM A CARREIRA: UM ESTUDO COM MÉDICOS DE UMA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO DE BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS
Resumo
O estresse ocupacional pode afetar negativamente as carreiras. Na carreira médica, os profissionais atuam em um complexo contexto de modernização da saúde, declínio da prática liberal e trabalho assalariado. Investigou-se o estresse ocupacional relacionado ao exercício da Medicina em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), analisando os fatores de pressão no trabalho e o comprometimento com a carreira. A pesquisa, quali-quanti, coletou dados por entrevista semiestruturada, questionário de estresse no trabalho, de Cooper, Sloan e Williams (1988) e escala de comprometimento com a carreira, de Carson e Bedeian (1994), validada no Brasil por Rowe, Bastos e Pinho (2011). Os resultados revelam médicos comprometidos com a carreira, sofrendo, contudo, pressões oriundas da relação com pacientes vulneráveis, do seu contexto de trabalho e da vida pessoal e familiar. Os médicos se caracterizam como competitivos, impacientes e com locus de controle interno, prognosticando propensão ao estresse, com elevado grau de pressão no trabalho. Os principais sintomas de estresse detectados foram: nervosismo, irritabilidade, ansiedade, depressão e fadiga, agravados pelos problemas de infraestrutura e pelo atendimento de pacientes fora do perfil de atuação das UPAs. Melhores equipamentos nos postos e uma triagem mais efetiva dos pacientes eliminariam importantes fatores de pressão.