CONTRADIÇÕES ENTRE ESSÊNCIA E APARÊNCIA NOS PROCESSOS DE EMPODERAMENTO DE GAYS EM ORGANIZAÇÕES DE TRABALHO
Resumo
Neste artigo se problematizam os processos de empoderamento de minorias sociais, com foco em homossexuais masculinos (gays) em espaços organizacionais privados. Tais espaços são marcados pelo discurso da heteronormatividade, atrelando à masculinidade hegemônica os ideais de competência, força e determinação, a quem caberiam, portanto, o poder e o reconhecimento. Como os gays são “diferentes” pela sua orientação sexual, que pode ser omitida nas relações formais, eles se mobilizam subjetivamente para o pertencimento organizacional, anulando elementos identitários e subjetivos. Percebe-se, assim, que seu empoderamento se traduz como submissão às avessas, caracterizando, dialeticamente, a ideologia da diversidade: ao se marcar que os sujeitos sociais são iguais, ratifica-se a intolerância pela negação das diferenças constitutivas entre sujeitos no discurso da inclusão e do empoderamento, tendo em vista a angústia ocasionada pela mudança ou novidade que as diferenças trazem a um contexto de “semelhantes”.