PANDEMIA E NEGACIONISMO: UMA ANÁLISE CRÍTICA E ESTATÍSTICA DAS MORTES POR COVID-19 NO BRASIL

Walter Barretto Jr., Raique Lucas de Jesus Correia, Laumar Neves de Souza, José Euclimar Xavier de Menezes

Resumo


O presente artigo busca investigar a correlação entre as mortes por Covid-19 no Brasil e o resultado do segundo turno da eleição presidencial de 2018, conjugando os cálculos estatísticos com uma análise crítica. Parte-se da hipótese de que os discursos e práticas negacionistas defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, exerceram uma influência negativa nas mortes por Covid-19 no Brasil, sobretudo, nas unidades federativas e regiões em que ele obteve o maior percentual de votos no segundo turno da última eleição presidencial. Metodologicamente, utilizou-se o Coeficiente de Correlação de Pearson, que permitiu correlacionar os dados das mortes por Covid-19 no Brasil entre abril de 2021 a julho de 2021 com os resultados do segundo turno da eleição presidencial de 2018, constatando-se uma correlação entre positiva e muito alta nas unidades federativas e regiões em que o presidente Jair Bolsonaro obteve maiores percentuais de voto. Do ponto de vista teórico, elegeu-se como eixo para análise crítica os conceitos de “biopoder” e de “banalidade do mal”. Ao final, concluiu-se que os discursos e práticas negacionistas defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores, bem como as decisões tomadas pelo Governo Federal, contribuíram de forma significativa para a banalização e agravamento das mortes por Covid-19 no Brasil, além de patrocinar a institucionalização de uma “biopolítica de extermínio involuntário” da população, demonstrando, com isso, que quando decisões políticas assumem o negacionismo por fundamento, principalmente em casos relevantes e ligados a saúde pública, as consequências são nefastas, assumindo, inclusive, um caráter letal.


Palavras-chave


Banalidade do mal; Biopoder; Covid-19; Negacionismo; Pandemia

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