DINÂMICA ESPAÇO-TEMPO DA FRAGMENTAÇÃO E DO ESPALHAMENTO URBANO NO MUNICÍPIO DE CAMPINAS – SP, ENTRE 1878 E 2022: UMA CONTRIBUIÇÃO À ANÁLISE DE FORMAS URBANAS
Resumo
As formas urbanas refletem o crescimento espacial da urbanização e revelam os processos históricos subjacentes à criação destas formas. Além disso, as formas urbanas representam o desenho do espaço ocupado, gerado pelo uso do solo, pela especulação imobiliária, desigualdade de renda, causadores da segregação socioespacial. Este trabalho objetivou analisar a fragmentação espacial urbana de Campinas de 1878 a 2022, e suas relações com urban sprawl, medidos pelas suas dimensões fractais. Os resultados mostraram intenso processo de fragmentação espacial iniciado a partir de 1929, que se estende até 2022. Entre 1900 e 1916 foi observada a estagnação no crescimento espacial de Campinas, quando a fragmentação se manteve reduzida. Este fenômeno pode estar associado às mudanças demográficas, econômicas, políticas e sociais, causadas pelas epidemias de febre amarela ocorridas entre 1889 e 1900. Em 1929 iniciou-se a intensificação do fluxo migratório incentivado pelas instalações industriais atraídas pelos investimentos na infraestrutura do transporte ferroviário, resultando no surgimento de vilas no entorno da área central. A partir de 1991 se intensifica o processo de fragmentação provocado pela emigração de moradores do centro, pela construção de condomínios fechados de alto padrão nas regiões noroeste e oeste, e, principalmente, pela implantação de conjuntos habitacionais distantes do centro, nas regiões sul e sudoeste, responsável pela segregação da população mais pobre. Através da DF pela relação perímetro-área foi possível analisar e medir a dinâmica da forma urbana de Campinas ao longo de mais de 100 anos, e estimar o nível de compacidade e fragmentação espacial, independente da escala cartográfica.
Palavras-chave
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