DIREITO E CINEMA: AS SUTIS CONTRIBUIÇÕES DO FILME “RICOS DE AMOR” PARA O ESTUDO DO ASSÉDIO MORAL E DANOS EXISTENCIAIS

Resumo

O Filme “Ricos de amor”, que já exibiu o seu segundo volume, não é uma mera comédia romântica. Trata-se, ao contrário, de um filme brasileiro, responsável por instaurar importantes debates e dilemas éticos nos âmbitos da personalidade, altruísmo e assédio moral. A narrativa gira em torno do romance entre Paula, estudante do curso de medicina, defensora de visões ideologicamente altruístas e Teodoro, superficial e poliamorista. Além disso, em termos de problema, será investigado, dentro de uma linha teórica de Direito e Cinema, qual é a contribuição do filme para o estudo do assédio moral, praticado pelo professor Doutor Victor em face da protagonista Paula, durante a relação de estágio. O estágio e a seara acadêmica podem apresentar um ingrediente, àqueles que bebam das fontes nebulosas da má-fé, capaz de temperar e avolumar o convite para a prática do assédio moral, na medida em que o responsável por ensinar e avaliar o estagiário ou o aluno, tem domínio científico, o que é inquietante para inspirar admirações intelectuais, além do propenso desígnio do aluno no sentido de o professor ou tomador do estágio ser o avaliador e um possível intermediário para a eventual contratação do estagiário. Adota-se a metodologia analítica, a partir da dialética entre distintas bibliografias, em busca da problematização sobre as contribuições que o filme em tela pode transmitir, no sentido de identificar entraves para o combate ao assédio moral na seara médica e social. As relações acadêmicas devem ser pautadas, deontologicamente pela retidão, dignidade, boa-fé e eticidade, valorizadoras e engajadas no núcleo, qual seja, o compromisso de contribuir para a complementação teórica acadêmica na prática, em busca do múnus, que é a entrega para a sociedade de profissionais éticos e competentes.