A (DES)CONSTRUÇÃO DO BELO E DO FEIO NA INDÚSTRIA FASHION: RECURSOS SIMBÓLICOS E SIMULACROS

Ana Luisa Martins Alves, Cintia Rodrigues de Oliveira, Débora Cristina Soares, Laercio José Vida

Resumo


Esta pesquisa aborda dois casos emblemáticos da indústria da moda: Victoria’s Secrets e Abercrombie & Fitch, com objetivo de analisar como as grifes do mundo fashion mobilizam recursos simbólicos para atribuição do belo e o feio. Esta pesquisa é de natureza qualitativa, do tipo documental, sendo o corpus da pesquisa constituído por materiais disponibilizados por ambas as empresas, como as campanhas de lançamentos, documentários e vídeos disponibilizados eletronicamente. Os resultados da pesquisa apontam que as grifes analisadas empregaram estratégias mercadológicas, seja para inclusão ou exclusão, mobilizando recursos simbólicos que não levam a uma ruptura performática, mas, sim, a um simulacro natural.

DOI: 10.53706/gep.v.26.9737


Palavras-chave


Indústria fashion; Mídia; Recursos simbólicos

Referências


Abercrombie & Fitch. (n.d.). About us. https://corporate.abercrombie.com/about-us/

Barbosa, M. R., et al. (2011). Um olhar sobre o corpo: O corpo ontem e hoje. Psicologia & Sociedade.

Baudrillard, J. (1981). Simulacros e simulações. Relógio D’água.

Baudrillard, J. (1991). La transferência del mal: Ensayo sobre los fenômenos externos. Anagrama.

Baudrillard, J. (1997). A arte da desaparição. Editora UFRJ.

Baudrillard, J. (2005). A sociedade de consumo. Edições 70.

Bauman, Z. (2008). Vidas para consumo. Jorge Zahar Editor.

Bourdieu, P. (1989). O poder simbólico. Editora Bertrand Brasil.

Bourdieu, P. (2007). A distinção. EDUSP.

Braun, V., & Clarke, V. (2006). Using thematic analysis in psychology. Qualitative Research in Psychology.

Business Insider. (2021). The rise and fall of Victoria's Secret | Rise and fall [Vídeo]. YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=H2a3wgcmXPI

Butler, J. (2011). Bodies that matter: On the discursive limits of sex. routledge.

Chammas, T. (2017). Problematizando o Victoria’s Secret Fashion Show 2017. Revista Fashionista. https://www.fashionismo.com.br/2017/11/victorias-secret-fashion-show-2017/

Collins, P. H., & Moreno, R. (2015). Reflexões e práticas de transformação feminista. São Paulo: SOF.

Collins, P. H. (2022a). Black feminist thought: Knowledge, consciousness, and the politics of empowerment. routledge.

Collins, P. H. (2022b). Bem mais que ideias: A interseccionalidade como teoria social. Editora Boitempo.

Corrigan, P. W., et al. (2020). What is the impact of self-stigma? Loss of self-respect and the “why try” effect. Journal of Mental Health.

Crenshaw, K. (2013). Demarginalizing the intersection of race and sex: A black feminist critique of antidiscrimination doctrine, feminist theory and antiracist politics. In Feminist legal theories. Routledge.

Creswell, J. W. (2007). Projeto de pesquisa: Métodos qualitativo, quantitativo e misto (2a ed.). Artmed.

Cruz, F., Medeiros, L., & Soares, S. (2022). Victoria’s Secret: Uma marca que tenta se reinventar em meio ao caos. ESPM Portal Jornalismo. https://jornalismorio.espm.br/destaque/victorias-secret-uma-marca-que-tenta-se-reinventar-em-meio-ao-caos-2/

Daolio, J. (1995). Da cultura do corpo. Papirus.

Entwistle, J., Franklyn, C., Lee, N., & Walsh, A. (2019). Fashion diversity. Fashion Theory. https://doi.org/10.1080/1362704X.2019.1567065

Exame. (2021). Victoria’s Secret põe fim às Angels e anuncia novo modelo de negócio. https://exame.com/esg/victorias-secret-poe-fim-as-angels/

Figueroa, S. K. (2008). The grounded theory and the analysis of audio-visual texts. International Journal of Social Research Methodology.

Flick, U. (2013). Introdução à metodologia de pesquisa: Um guia para iniciantes. Penso.

Goffman, E. (1975). Estigma: Notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. LTC.

Goffman, E. (2007). A representação do eu na vida cotidiana. Vozes.

Gonçalves, M. A. S. (1994). Sentir, pensar, agir: Corporeidade e educação. Papirus.

Gruber, C., & Rech, S. R. (2011). Intersecções entre moda e espetáculo: Um estudo acerca do desfile de moda. ModaPalavra e-periódico.

Guerini, E. (2022). Como destruir uma marca. O caso da Abercrombie & Fitch é uma aula. NEOFEED. https://neofeed.com.br/blog/home/como-destruir-uma-marca-o-caso-da-marca-abercrombie-fit-e-uma-aula/

Harvey, D. (2008). A condição pós-moderna. Edições Loyola.

Holt, D., & Cameron, D. (2010). Cultural strategy: Using innovative ideologies to build breakthrough brands. Oxford University Press.

Hooks, B. (2000). Feminism is for everybody: Passionate politics. South End Press.

Infomoney. (2023). Abercrombie & Fitch sofre em tempos de culto à diversidade; história da marca virou documentário. https://www.infomoney.com.br/negocios/abercrombie-fitch-sofre-em-tempos-de-culto-a-diversidade-historia-da-marca-virou-documentario/

Jansen, M. A. (2020). Fashion and the phantasmagoria of modernity: An introduction to decolonial fashion discourse. Fashion Theory.

Klayman, A. (Diretor). (2022). Abercrombie & Fitch: Ascensão e queda [Documentário]. Netflix.

Klein, N. (2000). No logo: Taking aim at the brand bullies. Picador.

Lacerda, A. (2018). Por diversidade, mulheres protestam após show da Victoria's Secret: "Moda falhou conosco". https://virgula.me/modaebeleza/por-diversidade-mulheres-protestam-apos-show-da-victorias-secret-moda-falhou-conosco/

Leite, F. (2008). A publicidade contra-intuitiva: Possíveis articulações e reflexos nos estigmas e estereótipos sociais. RuMoRes, 2(3).

Link, B. G., & Phelan, J. C. (2001). Conceptualizing stigma. Annual Review of Sociology.

Lipovetsky, G. (2007). Os tempos hipermodernos. Barcarolla.

Lopes, V. R., & Medeiros, C. R. O. (2017). Estigmas da obesidade no contexto das organizações: Abominação, fracasso e incapacidade. Organizações em Contexto, 13(25), 1–23.

McRobbie, A. (2008). The aftermath of feminism: Gender, culture and social change. SAGE Publications.

Oliveira, F. V. (2005). Conhecendo o simulacro. Caligrama, 1(1).

Palumbo, J. (2022). Campanha da Victoria’s Secret apresenta primeira modelo com síndrome de Down. CNN Brasil. https://www.cnnbrasil.com.br/lifestyle/campanha-da-victorias-secret-apresenta-primeira-modelo-com-sindrome-de-down/

Peisajovich, S. (2021). Desfile de moda: Arte y performance. Cuadernos del Centro de Estudios en Diseño y Comunicación. Ensayos.

Pelegrini, T. (2006). Imagens do corpo: Reflexões sobre as acepções corporais construídas pelas sociedades ocidentais. Revista Urutágua, (8). http://www.urutagua.uem.br/008/08edu_pelegrini.htm

Pilyarchuk, K. (2024). In/exclusion in fashion discourse: Are we in or out? Discourse & Society. https://doi.org/10.1177/09579265241229579

Polivanov, B. B., & Silva Carrera, F. A. (2019). Rupturas performáticas em sites de redes sociais: Um olhar sobre fissuras no processo de apresentação de si a partir de e para além de Goffman. Intexto.

Ruggerone, L. (2006). The simulated (fictitious) body: The production of women’s images in fashion photography. Poetics.

Santos, F. B. dos, & Borges, L. S. (2016). Discursos sobre o corpo feminino na mídia: Poder simbólico e healthism. In J. A. F. Cirino & C. F. Braga (Orgs.), Tópicos em mídia e cultura [recurso eletrônico]. PPGCOM/FIC/UFG.

Santos, M. A. D, et al. (2019). Corpo, saúde e sociedade de consumo: A construção social do corpo saudável. Saúde e Sociedade.

Saward, N. (2020). Victoria's Secret: Perfect body. https://nicholassaward.wixsite.com/mediastudies/post/victoria-s-secret-perfect-body

Segalla, A. (2020). A crise da Abercrombie, grife que só queria “bonitos e magros”. Veja. https://veja.abril.com.br/economia/a-crise-da-abercrombie-grife-que-so-queria-clientes-bonitos-e-magros/

Siebert, R. S. (1995). As relações de saber-poder sobre o corpo. In E. Romero (Org.), Corpo, mulher e sociedade (pp. 15–42). Papirus.

Soares, D. C., et al., (2023). Mulheres e seus corpos: Uma análise do percurso das representações nos anúncios publicitários de bebidas alcoólicas ao longo das décadas. Cadernos de Gênero e Diversidade, 9(2), 1-26. https://portalseer.ufba.br/index.php/cadgendiv

Tyrnauer, M. (Diretor). (2022). Victoria's Secret: Angels and demons [Documentário]. Hulu.

UOL. (2019). Diretor que inventou as asas da Victoria's Secret renuncia ao cargo. Universa. https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2019/08/06/diretor-que-inventou-as-asas-da-victorias-secrets-renuncia-ao-cargo.htm

Vaz, P. (2006). Consumo e risco: Mídia e experiência do corpo na atualidade. Comunicação, Mídia e Consumo.

Wanderley, E. N., & Ferreira, V. A. (2010). Obesidade: Uma perspectiva plural. Ciência e Saúde Coletiva.

White hot: The rise & fall of Abercrombie & Fitch. (2022). [Documentário]. Netflix.

Wilson, E. (2003). Adorned in dreams: Fashion and modernity. I.B. Tauris.

Wolf, N. (2013). The beauty myth: How images of beauty are used against women. Random House.

Yaffe-Bellany, D., & Gelles, D. (2021). Inside Victoria’s Secret: A culture of secrecy and fear. The New York Times. https://www.nytimes.com/2021/11/05/business/victorias-secret-culture.html


Texto completo: PDF

Todo conteúdo da revista está sob a licença 
Gestão & Planejamento (G&P). ISSN ISSN: 2178-8030