POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO DE APLS: UMA REFLEXÃO A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DA BAHIA

Resumo

Avalia-se a implementação da política de APLs na Bahia, identificando o grau de integração desses “arranjos produtivos” à dinâmica produtiva do Estado e dos municípios, e o grau de incorporação das especificidades territoriais em seus contextos. Baseia-se em análise documental, em trabalhos recentes sobre APLs e em entrevistas com os policymakers responsáveis pela implementação da política, justificando-se tanto por lacunas existentes no campo e pela necessidade de continuidade de processos de avaliação, como também pela mudança do grupo político no governo do Estado, o que implicou o redirecionamento da política conforme originalmente concebida. Resultados preliminares indicam heterogeneidade em capacitação tecnológica, em cooperação e em aprendizagem entre empresas e APLs apoiados, que reflete diferentes dinâmicas socioespaciais e tecnico-produtivas das aglomerações. Em regra é muito baixa a contribuição de cada APL e sua integração à economia estadual e local. Essas diferenças não são, no entanto, incorporadas no desenho da política, de suas ações e de seus instrumentos. Apesar do discurso de preocupação com as demandas sociais e com a inclusão social, não parece que a visão da necessária articulação entre essas demandas, as especificidades locais e as lógicas produtivas de cada APL estejam efetivamente nas agendas dos atuais gestores. Tais evidencias tendem a reduzir possíveis impactos socioeconômicos positivos sobre os territórios, os APLs e suas empresas. Observou-se ainda relativa dissociação entre a política analisada e a literatura revisada quanto a foco, seletividade e instrumentos.