EMIGRAÇÃO E IMOBILIDADE NO NORDESTE BRASILEIRO: ADAPTAÇÃO OU RESISTÊNCIA?
Resumo
O Nordeste foi marcado durante décadas por intensos fluxos migratórios com destino especialmente ao Sudeste. Esses fluxos, que foram mais acentuados entre as décadas de 1950-1970, são interpretados pela literatura como uma resposta à seca ou aos diferenciais econômicos regionais. Contudo, 40,8% da população nordestina (21,6 milhões) nunca residiu fora do município de nascimento. Na zona rural esse valor chega à marca dos 10,9 milhões (77,4%), embora seja a área que sofre os maiores impactos das secas, que serão intensificadas pelas mudanças climáticas. Assim, além das motivações ambientais existem barreiras associadas à decisão de migrar. O objetivo desse trabalho é discutir as características das pessoas que permanecem no local de origem. A fonte de dados utilizada consiste no Censo Demográfico 2010. Os principais resultados mostram que a imobilidade está associada à insuficiência de renda e à dependência da atividade agrícola e programas de transferência de renda como o PETI e o Bolsa Família. Adicionalmente outros atributos individuais como o sexo e escolaridade também são importantes para explicar a mobilidade. Desse modo, essas questões demandam políticas públicas específicas e merecem maior destaque por parte da comunidade científica e instituições.
Palavras-chave
Migração; Secas; Imobilidade; Mudanças Climáticas; Adaptação
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INDEXAÇÃ0:
Associada
RDE – Revista de Desenvolvimento Econômico. ISSN eletrônico 2178-8022 (números publicados a partir de 2010)
ISSN impresso 1516-1684