Cultura, Festa e Cidade: Uma estratégia de desenvolvimento pós-industrial para Salvador.

Resumo

As transformações em curso na sociedade mundial contemporânea, acentuadamente direcionada no sentido das práticas globais, têm na dialética global x local uma centralidade inegável, no seu bojo emerge a questão da cidade, espaço-local por excelência, território de novas sociabilidades, e, por conseqüência de novas estratégias de desenvolvimento local. Que estratégias? A resposta aqui reside no conhecimento dos traços particulares que singularizam a cidade. No caso de Salvador, Bahia, a particularidade capaz de inspirar estratégias inscreve-se no plano das múltiplas articulações da esfera cultural, em especial na conjunção que imbrica festa e cultura e que tem no carnaval seu pólo ,ais dinâmico. Com efeito, o carnaval baiano, na sua configuração atual, ao qualificar-se como um megaempreendimento capaz de gerar, transformar e realizar seus múltiplos produtos (música, artistas, organizações e o próprio trio elétrico), e articular-se de forma multifacetada, com a indústria cultural e seus aparatos (rádio, televisão, indústria fonográfica, indústria do lazer), explicita intensa, tensa e antropofagicamente uma contemporaneidade onde se imbricam tradição e inovação, e inaugura possibilidades reais de construção de estratégias de desenvolvimento.