TAXA DE CÂMBIO E INVESTIMENTO: ANÁLISE SETORIAL DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO BRASILEIRA (2007 A 2017)

Stephano Hertal Farias Nunes, Felipe Orsolin-Teixeira

Resumo


Este artigo tem por objetivo analisar a relação entre a taxa de câmbio e os investimentos da indústria de transformação a partir de uma abordagem setorial e microeconômica. Considerando uma desvalorização cambial, dois efeitos concomitantes e antagônicos agem sobre os lucros de uma empresa: aumento da receita das vendas no mercado interno e externo e elevação do custo com insumos importados. Além da estrutura de mercado, a magnitude desses efeitos vai variar conforme a participação das exportações sobre as vendas totais e a dependência de insumos importados na produção. Os resultados obtidos no exercício empírico utilizando painéis dinâmicos e o Método dos Momentos Generalizados (System GMM) mostraram que uma depreciação da taxa de câmbio tem um efeito negativo para todos os setores através do canal de custo e, o efeito positivo, via canal das receitas, se mostrou significativo somente para os setores que operam próximos da concorrência perfeita. Isso quer dizer que, no contexto brasileiro, a desvalorização do Real tem favorecido principalmente a expansão dos setores em que o país já possui inserção externa favorável, sobretudo fabricantes de produtos não sofisticados tecnologicamente e com baixo valor agregado. Por sua vez, a valorização prejudica o adensamento da cadeia produtiva nacional, além de provocar um boom no consumo de bens finais importados. Assim, para promover uma melhora qualitativa da estrutura produtiva nacional, torna-se recomendável a adoção de políticas industriais complementares à desvalorização cambial.


Palavras-chave


Taxa de Câmbio; Investimento; Indústria de Transformação; Organização Industrial.

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