UM ENSAIO SOBRE A MERITOCRACIA, A TIRANIA DO MÉRITO E O BEM COMUM

Resumo

A ideia inicial de produzir um ensaio sobre meritocracia e sua aplicação, assenta-se sobre uma visão da palavra ser pronunciada muitas vezes, como um referencial para um sistema meritocrático, referindo-se quando alguém alcança posições de destaque na sociedade e nas organizações. Muitos gestores públicos e privados trabalham seus discursos sobre a meritocracia do talento, para ascensão aos cargos mais elevados ou posições de destaque. Nesse sentido, parte-se de um ponto em que se trata de um vocábulo ou conceito de fácil compreensão e aplicação, seja na sociedade como um todo seja em organizações. Nesse contexto, tem-se a questão de pesquisa de como o uso e aplicação do conceito de meritocracia, como diferencial de talento, pode não ser tão meritocrático? O objetivo é analisar o vocábulo meritocracia, buscando uma maior clareza conceitual, no sentido de melhorar sua compreensão, visando compreender os limites entre mérito e tirania do mérito. Trata-se de uma pesquisa de natureza exploratória/descritiva de análise qualitativa. Como resultados principais extraiu-se que o conceito de meritocracia nasceu da mesma cepa do conceito de aristocracia e replica um modelo de desigualdade, agora não pela hereditariedade, mas pelo talento. Também, que a meritocracia enquanto prática, carrega consigo um rastro de desigualdade, denominada de tirania do mérito. Finalmente, o texto procura resgatar o mérito para o conceito de bem comum, uma sociedade cívica, com espaços para livre manifestação e menos desigual.